A Ideia, a Crítica e a Solução

Aprendi há muitos anos lendo o professor Masaharu Taniguchi que tudo que existe no mundo existiu primeiro na mente. Dito de outra forma: tudo o que há foi criado na mente. Tudo. A guerra, a fome, a dificuldade, a rivalidade, a discórdia. E também a cura, a alegria, a solução, a amizade, o carro, o prédio, a rua.

Quando esta reflexão filosófica sai do mundo das ideias – e essa é sempre a intenção do filósofo – chega-se facilmente à conclusão de que nossos pensamentos são criadores potentes de ambientes, de companhias, de soluções ou problemas. Tudo que há no mundo material criado pelo homem esteve antes neste ambiente metafísico e intangível da mente. Pensa, por exemplo, na cura de uma doença. Se esse indivíduo tivesse alimentado o pessimismo, o desânimo, a covardia, a revolta, ele não teria chegado ao mesmo resultado, certo? Pensa no indivíduo que enfrenta a mesma doença mas não tem a condição mental ou intelectual ou técnica ou mesmo financeira de enfrentá-la e, ao invés de trabalhar na cura, desiste diante da consciência da sua incapacidade e passa a alimentar a revolta e o desânimo.

Confessa: você vê isso o tempo todo ao seu redor, não? Você mesmo faz isso eventualmente, não é?

Olha pro lado e verifica as pessoas que guardam o pensamento criador, positivo, empreendedor, construtivo, colaborativo e, por outro lado, compara com as pessoas críticas, reclamonas, que vivem a defender ideias que dependem do esforço alheio para se concretizar, que sugam a criação e o investimento de alguém, muitas vezes sem perceber que essa postura só cria discórdia, disputas, divergências. Existem pessoas que, como não sabem criar, vivem preocupadas em reconstruir o que foi criado para que fique de acordo com os seus interesses.

A força criadora depende de esforços constantes de quem cria. Criar algo bom é difícil. Demanda tempo, trabalho, estudo e – obviamente – dinheiro, na maioria das vezes.

Estas reflexões, se feitas, permitem concluir que o mundo que dá certo precisa de ideias criadoras e criativas. Alimentar essas ideias depende, na mais das vezes, de um conjunto de aptidões pessoais e ambientais. Quanto mais investirmos nas pessoas criadoras e criativas, tendemos a ter mais criações. Criações não são apenas o novo modelo de turbina, o novo aplicativo ou o novo corte de um sapato feminino. Criação também é a nova forma de atender um cliente ao telefone, a nova quantidade de sal no pão do mercado, o novo padrão e confinamento na criação de porcos. Criar um ambiente familiar saudável pode ser considerado algo difícil, isso num ambiente onde todos se amam… imaginemos criar um ambiente profissional produtivo e agradável! E uma sociedade!

Se você não consegue fazer o seu time de pelada do final de semana ser unido e esforçado, se você não consegue conciliar os problemas da sua família e não consegue resolver aquele velho problema no seu trabalho que lhe tira o sono, saiba que essa é a realidade das pessoas comuns. Vivo situações parecidas com a sua. Mas te convido a perceber que a solução do seu problema passa por doses cavalares de ânimo, bondade, esforço, fé, persistência e investimento. E, infelizmente, nem todos que estão com você vão ter tudo isso.

Aprenda a se afastar das pessoas excessivamente críticas, até que você saiba lidar com elas.

Aprenda a bloquear ideias e impulsos ofensivos, agressivos, críticos, maldosos.

Aprenda a olhar para o sucesso como resultado de esforço e trabalho, não como oportunismo e sorte.

A sua ideia cria o seu mundo. Coloque no seu mundo o que há de melhor em você.

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